11/03/2025 09:53 | NOTÍCIAS
Com quase o dobro de casos e seis vezes mais mortes em comparação ao ano de 2023, o ano de 2024 foi um dos mais desafiadores no combate à dengue no estado do Piauí. Mesmo com a chegada da vacina contra essa doença, a vigilância da população deve ser constante, principalmente, durante o período das chuvas, quando a dengue se espalha mais.
De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde, mais de 15 mil casos e 24 mortes foram confirmadas no Piauí, apenas no ano passado, além de outros dois óbitos ainda sob investigação. Em todo o Brasil, no mesmo período, foram 831 óbitos e mais de 6,6 milhões de casos de dengue registrados.
Esse aumento é um reflexo de fatores variados, conforme explica o coordenador do setor de Urgência e Emergência do Hospital Prontomed Adulto, dr. Thybério Gyorgi (CRM 7471-PI). “Esse aumento nas mortes ano passado pode ser um resultado do crescimento na população de mosquitos devido a condições climáticas favoráveis, baixa taxa de imunidade na população, queda na incidência de infecções nos anos anteriores, mas também pela falta de medidas de controle, com campanhas de prevenção e a vacinação ainda insuficiente”, destacou.
O médico frisa ainda que, devido ao período chuvoso, os primeiros meses do ano são sempre marcados pelas altas taxas de incidência da dengue e de outras arboviroses (doenças causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos).
“As chuvas comuns nas regiões tropicais e as temperaturas mais quentes criam ambientes ideais para a reprodução do mosquito Aedes aegypti. Em relação a 2025, a possibilidade de novos surtos sempre existe, especialmente se as condições climáticas favorecem a reprodução do mosquito e se as medidas de controle não forem eficazes”, apontou dr. Thybério.
Prevenção contra a dengue e sintomas
Para o médico, adotar medidas para evitar novos focos do mosquito é uma das ações mais importantes para reduzir a incidência da dengue.
“Embora a vacina contra a dengue tenha sido aprovada e possa ajudar a reduzir a incidência da doença, ainda não é uma solução definitiva. As medidas de prevenção, como controle de focos de água parada e uso de repelentes, devem continuar a ser implementadas. A vacinação deve ser parte de uma abordagem integrada que envolve várias estratégias de controle e também é fundamental consultar um médico antes de receber a vacina contra a dengue para avaliar se você é um candidato adequado para ser vacinado, pontuou o dr. Thybério Gyorgi.
O coordenador do setor de Urgência e Emergência do Hospital Prontomed Adulto também chama atenção para os sintomas da doença e sua fase crítica.
“É muito importante destacar que a dengue pode se apresentar de forma assintomática ou com sintomas que vão desde formas mais leves até uma dengue hemorrágica. Por isso, o paciente deve ficar atento, principalmente, ao terceiro dia de sintoma, quando a dengue parece que vai abrandar, com a redução da febre, mas é nesse momento que podem surgir outros sintomas como sangramento nas gengivas ou no nariz, dor abdominal intensa e contínua e letargia, por exemplo. Nesses casos, é preciso buscar atendimento imediato no pronto-socorro, reforçou.
Confira abaixo algumas medidas para prevenir a dengue:
• Eliminar focos de água parada: limpar ou cobrir recipientes que possam acumular água;
• Uso de repelentes: aplicar repelente de insetos na pele e roupas;
• Uso de telas em janelas e portas: para impedir a entrada de mosquitos;
• Educação em saúde: informar a comunidade sobre a dengue e formas de prevenção.